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O mal-estar na civilização é considerado o mais importante trabalho de Freud no âmbito da sociologia e antropologia. Escrito às vésperas do colapso da Bolsa de Valores de Nova York (1929), é uma investigação sobre as raízes da infelicidade humana, sobre o conflito entre instintos e cultura e a forma que ele assume na civilização moderna. Também constitui, nas palavras do historiador Peter Gay, “uma teoria psicanalítica da política”. As Novas conferências introdutórias podem ser lidas como obra autônoma, pois sintetizam as principais descobertas da psicanálise e expõem seus desenvolvimentos após 1917. A mais influente delas é “A dissecção da personalidade psíquica”. Por que a guerra? foi parte de uma troca de ideias com Einstein, feita por solicitação da Liga das Nações, antecessora da ONU. Impressionados com os horrores da Primeira Guerra Mundial, os dois refletiram sobre a natureza da guerra e a forma de evitá-la ou diminuir seu alcance. Entre os textos secundários do volume, destacam-se “Tipos libidinais”, sobre a possibilidade de classificar todos os indivíduos em “eróticos”, “narcisistas” ou “obsessivos”; “O prêmio Goethe”, sobre a relação entre Goethe e a psicanálise; e “Meu contato com Josef Popper”, sobre o filantropo e pensador que, escrevendo sob o pseudônimo de “Lynkeus”, prenunciou a teoria dos sonhos.