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Sua visao do mundo e dela so, mais desesperada e aflita do que jamais foi posto em livro, numa personificacao assustadora do isolamento definitivo do ser humano. Millor Fernandes Eu sozinha, obra inaugural de Marina Colasanti, e um livro de solidao. A solidao como companheira, desde o nascimento na Africa ate o tempo presente num apartamento em Ipanema. Afasta-se da autobiografia porque nao conta a historia de uma vida, mas transmite a marca da solidao de uma mulher jovem que caminha so, mora so, viaja so, trabalha so, mesmo quando ha ao lado a ilusao dolorosa de outras proximidades. O livro e organizado em dois planos narrativos paralelos, sendo os capitulos pares relativos a momentos presentes, enquanto os impares sao autobiograficos. O que desejava, atraves dessa estrutura, era mostrar que a solidao se constroi desde o inicio, estejamos ou nao acompanhados, e que desde o inicio nos acompanha. , explica Marina. A obra nao so deu inicio a carreira literaria de Marina, como tambem estabeleceu uma linguagem e um olhar muito particular. Pois Marina emerge da cronica que a notabilizou no Jornal do Brasil, ja trazendo na escrita o som diferenciado que sera seu dali em diante.