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Estamos diante de um livro que assombrou o Brasil durante a ditadura e continua fascinando as novas geracoes pela ousadia e pelas inovacoes. Para dar uma dimensao de tal impacto, nada melhor do que a palavra de Armindo Blanco, jornalista e critico de semana, que combateu Salazar, teve de se exilar e aqui morreu: Espantoso romance. As vezes, da a impressao de uma reportagem crua, despojada. Outras, de um filme correndo a velocidade de um milhao de imagens por segundo. Ignacio de Loyola Brandao supera o ambito do individual para nos dar o retrato de corpo inteiro de uma cidade. De um parque industrial. De um caldeirao fervente de racas. De um pais. De um continente. Melhor ainda: de um tempo desvairado, com os homens se transmudando em ratos e perdendo o sentido da propria existencia. Ele nos transmite repulsa e fascinio por esse universo selvagem, dominado pelo dinheiro e pela solidao e em que mesmo o amor e uma proposta de aniquilacao mutua, a fuga a abjecao. A ordem na desordem, a desordem das palavras .