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Uma das raras vozes surrealistas da literatura latino-americana, a uruguaia Marosa di Giorgio estreia no Brasil com livro de contos eróticos, pela coleção Sete Chaves
Animais, folhas, flores, pedras preciosas, fluidos incontroláveis. O universo erótico de Marosa di Giorgio é personalíssimo e espantoso em sua exploração dos mistérios do corpo. Considerada uma das raras vozes surrealistas da literatura latino-americana, a uruguaia desenvolve narrativas em que o absurdo se apresenta em imagem alucinatórias, vivenciadas sem espanto pelos personagens.
Nos contos, uma mulher copula com um furão; outra bota ovos; um olho nasce nas costas de uma terceira; outra ainda, muito jovem e recém-iniciada na vida sexual, se autofecunda e acredita que está se tornando Deus. As surpresas se sucedem em quarenta histórias breves, sob o nome Lumínile (luminosidade, em romeno), mais a narrativa extensa que dá título à coletânea, última obra publicada pela escritora, em 2003.
As heroínas de Di Giorgio são mulheres, amiúde em seus momentos de desvirginização ou casamento. São tão importantes seus atos quanto as formas que brotam de seus corpos em mutações espontâneas.