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Um rapaz se deixa encantar por uma moça, a mais bela de Siracusa; seu amor é correspondido, e tudo parece mais que promissor, com o beneplácito de Afrodite; mas os aza¬res do mundo, sob a batuta errática da Fortuna, parecem soprar em outra direção, e logo sobrevêm complicações e quiproquós, raptos e guerras, persas e piratas, peripécias e reviravoltas… A trama irresistível de Quéreas e Calírroe — concebida no século I d.C. por um autor grego de quem se sabe pouquíssima coisa — convida seus leitores a uma verdadeira viagem. Em primeiro lugar, a um périplo li¬teral e rico em incidentes, no rastro de personagens que perambulam sem descanso pelo Mediterrâneo e pela Ásia Menor. Mas igualmente a uma viagem literária, rumo às origens de um gênero destinado a longa carreira — o ro¬mance, prefigurado aqui em sua gama ampla, das frontei¬ras do mito heroico ao território do folhetim sentimental. Pois que ninguém se engane com a data remota e os nomes antigos: Quéreas e Calírroe destila novidade por todos os po¬ros. Aí está a prosa, que toma o lugar do verso épico; aí estão o amor e a paixão, que vão roubando a cena à guer¬ra; e eis aqui a bela Calírroe, tão astuciosa quanto Odisseu, inaugurando a vasta galeria de heroínas que, desde então, vêm marcando o romance.
Francois Rabelais