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Tres meninas crescem juntas em um vilarejo israelense na Galileia, perto da fronteira do Libano, enfrentando o tedio e as crises do cotidiano. Yael, Avishag e Lea convivem com a tensao da guerra contra o pais vizinho, com as precariedades da vida no deserto e os eternos problemas da juventude. No entanto, quando sao recrutadas pelo Exercito, passam a encarar a crueza do estado de guerra latente. Em seu romance de estreia, Shani Boianjiu, 25 anos, intercala as vozes das tres jovens durante periodos cruciais de suas vidas. Com base em suas proprias experiencias nos dois anos em que serviu para as Forcas de Defesa de Israel, Shani cria nao so um retrato vibrante da vida de adolescentes no Exercito, como relata os anseios de toda uma geracao de jovens e o conturbado futuro que se avizinha. Yael, Avishag e Lea sabiam apenas que teriam que amadurecer dentro do servico militar, assim como milhares de outros rapazes e garotas todos obrigados ao alistamento militar em Israel. Yael torna-se instrutora de tiro e flerta com rapazes. Avishag passa horas sentada em frente a monitores de vigilancia, onde assiste, impotente, a morte de refugiados sudaneses. Lea, em um posto de controle, imagina as historias por tras dos rostos de palestinos que passam por ela todos os dias. Quando estao juntas, conversam sobre seus flertes, burlam as regras e fazem o possivel para escapar do que consideram uma rotina entediante, sempre sob a pressao de seus superiores e vigiadas para que nao descumpram as regras militares. Frequentemente se veem diante de imigrantes desesperados e criancas que roubam objetos da base militar. Despreparadas para a crise iminente, as jovens mal tem consciencia de que se equilibram em uma posicao fragil, que a qualquer momento ira degenerar para a violencia. Apesar de o enredo abordar constantemente a tensao de Israel com as nacoes vizinhas, o romance nao assume conviccoes politicas contrarias ou a favor das acoes do pais. Em entrevista ao New York Times, Shani afirma ter sido criticada simplesmente por tratar do tema: Fui acusada tanto de ser porta-voz das Forcas de Defesa quanto de ser antissionista , diz. Ela rechaca a ideia de que o livro faz uma analise detalhada sobre o conflito, afirmando ainda que seu esforco se concentra na prosa ficcional. A obra, aguardada por meses antes de seu lancamento original, vinha ganhando destaque atraves de textos escritos em formato de contos, publicados em revistas de prestigio como a The New Yorker e a Zoetrope: All-Story, de Francis Ford Coppola. Escrito originalmente em ingles, o romance foi indicado em marco deste ano ao prestigiado Women s Prize for Fiction antigo Orange Prize , que premia as melhores ficcionistas de lingua inglesa. Com humor caustico e inteligencia feroz, a autora recria uma realidade que remete as mais importantes cronicas de guerra, ao mesmo tempo em que captura o momento unico que pode mudar a vida de uma jovem mulher. Construido atraves do olhar apurado de uma israelense que estudou em Harvard apos conseguir baixa do servico militar no pais natal, O povo eterno nao tem medo teve destaque em veiculos como os jornais Wall Street Journal, Guardian e Telegraph, alem das revistas Economist, Vogue e Marie Claire, entre outros.