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No primeiro conto do Livro de Praga, A pianista , Antonio Fernandes acaba de chegar a Praga. Flanando pela cidade, ele ve o anuncio de uma exposicao de Andy Warhol no Museu Kampa: Disaster Relics e o nome da mostra. Entre imagens terriveis de acidentes automobilisticos e retratos de personalidades conhecidas vistas como produtos em linha de montagem – e assim despojadas de sua identidade -, ele ouve o som de um piano. Quando se afasta da sala de exposicoes em busca da origem daquela musica – claroes sonoros com a brevidade de relampagos -, ocorre uma cisao na serena ordem cotidiana: as situacoes bizarras se sucederao, de conto em conto, impregnadas de um sexo que parece fadado a jamais se satisfazer, a apontar para a perda e nao para a satisfacao, para a morte e nao para a vida. A impressao que se tem e de que os desastres da exposicao de Warhol passaram para a experiencia pessoal do protagonista, e que o desejo o conduzira, fatal e invariavelmente, a perda, a despersonalizacao e a morte.