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MEM??RIAS DE MAMA BLANCA
Nascida nos fins do século 19, a escritora Teresa de la Parra é até hoje
considerada uma importante voz da literatura venezuelana ??? apesar de seu nascimento ter sido em Paris e ainda que a autora tenha passado grande parte de sua vida na Europa.
Com pais venezuelanos, de origem aristocrata, estudou em Madrid e, já na escola, tomou gosto pela atividade da escrita. Dentre os seus mais elogiados trabalhos está Memórias de Mama Blanca, lançado agora no Brasil pela editora Oficina Raquel. A história se dá em torno das lembranças de Blanca Nieves, que narra em primeira pessoa passagens da infância vivida na fazenda Pedra Azul, antes de sua família mudar-se para Caracas. Filha do dono da fazenda, Blanca (e suas cinco irmãs) recebe tratamento de ???princesa??? em Pedra Azul, local que conta com engenho de cana, curral, jardim, pomar, cachoeira ??? sendo, assim, oferecido à sua família uma vida de total bem-estar; e, ao leitor, um ambiente bucólico, de sonhos, nostalgia e também conflitos.
POEMAS E CONTOS
Florbela Espanca nasceu em 8 de dezembro de 1894, em Vila Viçosa (Alentejo), e , 36 anos depois, na madrugada de 7 para 8 de dezembro, suicidou-se. Florbela, que teve sua obra ignorada tanto pelo leitor quanto pela crítica, teve seus poemas publicados ??? em vida ??? em uma pequena tiragem e com recursos próprios.
A obra Poemas e Contos, de Florbela Espanca, reúne 42 poemas e 7 contos em uma coletânea inédita. O livro oferece ao leitor uma visão geral da obra da autora portuguesa, incluindo poemas mais conhecidos. Florbela incorpora à sua obra um pós-romantismo, ainda que bastante moderno, transitando entre a fragilidade e a força. A poeta do início do século XX, já assumia uma dicção feminista, ao trazer para a fala da mulher uma dialética entre potência e marginalidade. Desse modo, Florbela ocupa um lugar singular na poesia em língua portuguesa, lugar de abertura, inauguração. Em sua obra tece o amor, ora pelo caminho da solidão, ora pelo da subversão. Há em Florbela um erotismo que agrada aos leitores, ainda que este viés erótico seja com a ausência da consumação do erótico e a escolha do estar só, em castidade. Esse erotismo de Florbela, acentua, seu lado subversivo, e, assim, a escritora potencializa seu desejo de amar e o coloca em ação. Essa dicotomia do amar sem amor em ambivalência com um amor plural, ao mesmo tempo casto e libertário, que é marca da autora é facilmente percebida nesta coletânea.
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