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Escrito em 1936, quando o autor tinha apenas 24 anos, Mar morto conta as historias da beira do cais da Bahia, como diz Jorge Amado na frase que abre o livro. E a frase e uma verdadeira carta de intencoes. Nenhum outro livro sintetizou tao bem o mundo pulsante do cais de Salvador, com a rica mitologia que gira em torno de Iemanja, a rainha do mar. Personagens como o jovem mestre de saveiro Guma parecem prisioneiros de um destino tracado ha muitas geracoes: o dos homens que saem para o mar e que um dia serao levados por Iemanja, deixando mulher e filhos a esperar, resignados. Mas nesse mundo aparentemente parado no tempo ha forcas transformadoras em gestacao. O medico Rodrigo e a professora Dulce, nao por acaso dois forasteiros, procuram despertar a consciencia da gente do cais contra o marasmo e a opressao. E esse contraste entre o tempo do mito e o da historia que move Mar morto, envolvendo-nos desde a primeira pagina na prosa calorosa de Jorge Amado.