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Em Cartas a Cristina, Paulo Freire volta-se para o mais profundo de seu ser com a intenção de analisar crítica e filosoficamente sua própria vida, suas ações, seus sentimentos, suas frustrações e tristezas.
Quando o Paulo Freire vivia no exílio, em Genebra, recebeu cartas de uma sobrinha pedindo que lhe contasse como tinha se tornado um educador famoso. Ela, Cristina, começava os estudos universitários e lendo os livros de Freire queria unir o tio amoroso de sua infância com o arguto filósofo que lutava contra as relações opressoras que caracterizavam as sociedades.
O tio lhe prometera algumas cartas, que, na realidade, diante da vida atribulada de viagens e trabalhos no Conselho Mundial das Igrejas, jamais foram escritas. Somente mais de uma década depois, após 1988, já vivendo no Brasil, a promessa nunca esquecida começou a tomar corpo num livro, este livro, que alcançaria não somente a sobrinha, mas todos os leitores interessados nos seus afetos e realizações.
Publicado originalmente em 1994, Cartas a Cristina reúne dezoito cartas de Paulo Freire à sua sobrinha e uma correspondência dela ao tio. Recapitula a experiência de vida e de prática transformadora como educador. Com seu texto prazerosamente próximo ao leitor, Freire construiu um livro de memória e de análise de sua trajetória como homem e pensador no mundo. A edição foi organizada e anotada por Ana Maria Araújo Freire. O prefácio é de Adriano S. Nogueira.
“Se, porém, você que me lê agora, me perguntar se tenho receita para a solução, lhe direi que não a tenho, que ninguém a tem. Uma coisa, contudo, eu sei e digo porque a história nos tem ensinado, a história dos outros e a nossa, que o caminho não é o do fechamento antidemocrático, dos regimes de exceção, de governos sectários, intolerantes e messiânicos, de direita ou de esquerda. O caminho é o da luta democrática pelo sonho possível de uma sociedade mais justa, mais humana, mais decente, mais bonita, por tudo isso.”