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Publicado em 1934, mesmo ano em que Carlos Drummond de Andrade deixaria Belo Horizonte em direção ao Rio de Janeiro – onde desempenharia funções no ministério de Gustavo Capanema -, Brejo das Almas traz um conjunto consistente – e hoje perene – de poemas. Antecedendo o registro mais político e social de Sentimento do mundo e A rosa do povo – publicados na década de 1940 -, este livro mostra um Drummond interessado nos mistérios de eros, observando as engrenagens do amor e do desejo com uma ironia autodestrutiva e uma nonchalance tipicamente modernista.
Enfileirando clássicos drummondianos como “Boca”, “Soneto da perdida esperança”,
“O amor bate na aorta” e “Hino nacional”, entre outras pedras de toque do nosso modernismo, Brejo das Almas tem a particularidade de trazer, pela primeira vez na obra do poeta mineiro, um soneto – algo que as hostes modernistas rechaçaram de forma enérgica. Mais uma demonstração de ironia e espírito livre deste grande poeta.