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Crítica social, referências a ancestralidade africana, pesquisa história, ironia, insurgência poética e um cuidado com o enriquecimento humano dos seus personagens marcam a prosa dessa escritora carioca. Os seus personagens não estão soltos nos vãos da história, nos espaços invisíveis aos quais as vivências negras quase sempre foram relegadas, muito ao contrário, eles estão intimamente comprometidos com a vida e o tempo, iniciados em terreno ficcional bem elaborado. Não é diferente com A vestida, primeiro livro de contos de Eliana Alves Cruz. Seja na cidade de Justiçópolis, do conto Cidade espelho, seja no desconforto de Flávio, personagem de Oito e oitenta, com o seu filho. Tudo em a vestida leva a reflexão. Seja nas precipitações de Marilene, no conto Noite sem lua, ou nas de Doralice, no conto Peito de ferro. Tudo em A vestida nos leva a sentir. Eliana Alves Cruz, em A vestida, tinge um rico painel do Brasil de ontem e de hoje, do país que não se move em questões que são centrais para a maioria de sua população. Ao desenhar essa paisagem, Eliana não se desvirtua, em nenhum momento, do que é essencial na sua atuação como escritora de literatura, nos oferecer bons enredos, finamente elaborados, desenvolvidos com inspiração, técnica e talento, que seduzem os leitores em intensa fruição literária.