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SINOPSE
O sofrimento psicológico é uma das marcas mais dolorosas do racismo. Pensar-se a si num contexto em que a cor de sua pele é alvo de discriminação, buscar seus valores mais profundos, fazer seu corpo emergir, respirar, fazer fluir uma memória pessoal que lhe recupere o equilíbrio, seu amor próprio, demonstrar a potência de sua cultura, de suas raízes, eis um trabalho dos mais0769 complexos e árduos que se possa exigir de uma pessoa. Não a toa, Isidinha Baptista Nogueira vem publicar esse seu trabalho seminal apenas agora, depois que circulou subterraneamente por duas décadas. A Cor do Inconsciente é um grito de liberdade!
QUARTA-CAPA
Isildinha Baptista Nogueira é uma pioneira. Foi das primeiras a abordar com o instrumental psicanalítico tanto a dimensão sociocultural como subjetiva da condição de negro no Brasil
e a primeira a incluir a discussão do corpo. Num trabalho que traz muito de um profundo mergulho em si mesma, na condição de mulher, negra e brasileira, ela delineia as muitas amarras que interditam o desenvolvimento da pessoa, a autodepreciação e processos autodestrutivos culturalmente introjetados numa sociedade racista. Se o inconsciente traz as marcas das memórias da formação de todos, como dizia Freud, as vivências díspares, de valoração oposta, de negros e brancos, mostram que, sim, na subjetivação dos corpos brasileiros, pode-se dizer que ele tem cor. ?? cavando fundo nas neuroses nossas de cada dia que A Cor do Inconsciente: Significações do Corpo Negro expõe as raízes do racismo entranhado e que, apequenando os indivíduos que o sofrem, amesquinha os que o exercem ??? e envenena o país.
DA COLE????O
A coleção Palavras Negras reúne textos de intelectuais negros e negras, produzidos em diferentes contextos, como o acadêmico e o dos movimentos sociais. O objetivo é lançar e reeditar obras que contribuam para a análise das relações raciais no Brasil, abordando também questões de gênero e classe. Palavras Negras que inspirem reflexões e ações antirracistas.
DA CAPA
Imagem da capa: detalhe de pintura de Willem De Kooning, c. 1948.
Linhas expressionistas tendem a forma um corpo sobre um fundo negro com notas alaranjadas, o conjunto remete à ideia de processos de significação envolvendo o trabalho psíquico.