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Ecoam ainda nos dias de hoje as consequencias de historias como as de Boca do inferno, publicado originalmente em 1957. Talvez naquele tempo o escritor e jornalista Otto Lara Resende nao imaginasse o quao preciso poderia ser este compacto exemplar. O mais provavel e que soubesse. Em um contexto em que a religiao dita as regras, o autor traz a superficie os mais bem guardados baus dos poroes da familia mineira. Nao por acaso, as sete narrativas aqui reunidas tem como protagonistas meninos e meninas que, no fim da infancia, sao lancados de um momento para outro no conhecimento tenebroso das coisas. E sempre ai – na gruta sob a laje, no porao cheirando a mofo, no quarto quieto no meio da noite, no moinho solitario e monotono – que se da a improvavel revelacao. Com o peso do que foi longamente gestado, com a forca de uma limpida poesia da dor. Boca do inferno permaneceu durante decadas fora do comercio, nao por falta de pedidos, mas porque seu autor – exigente – vivia a reescreve-lo, adiando continuamente as novas edicoes. De fato, so a exigencia literaria extremada poderia lograr uma escrita como esta. Escrita que flui, mas, subito, se interrompe, deixando a mostra profundidades insondaveis da existencia.