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A Ficção Científica é criadora de mundos, mas os mundos criados por Philip K. Dick têm a particularidade de desmoronar muito rápido. Isso vale para o mundo real assim como para os mundos artificiais. Aliás, será ainda possível distingui-los uns dos outros? O que nos garante que não vivemos em mundos falsos, tão artificiais quanto um parque de atrações – com entrada paga? E se tais mundos são criados peça por peça, quem neles controla as aparências? A quem pertencem? Com qual objetivo são produzidos? Ao nos bombardearem com realidades artificiais, será que não se tenta roubar-nos o mundo – e nossa relação ao mundo? Se for este o caso, como lutar contra esses empreendimentos de despossessão?
Arthur Rimbaud, Larissa Drigo Agostinho