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O aviso está nos primeiros versos: “Tua cabeça a prumo emplaca o tempo. Dentro dela guardas o Vesuvio”. É esse conteúdo incandescente que Zulmira exporá aos olhos do leitor com seu estilo direto e provocador, agora organizado em torno do eixo de uma lírica desarmante para quem está habituado a lê-la com o sorrisinho interno suscitado por sua malícia incansável. Claro, é a Zulmira de sempre. Mas que extraordinário encontrá-la assim, exposta, grave – e brilhante, extraordinária. O livro se divide em sete partes que convergem para a seção final, “Glosa”, que, como ressalta Vilma Arêas no texto de orelha, “pode servir de guia para escalarmos o Vesuvio”. Escalada paradoxal, que não é para o alto mas segue o exemplo das folhas – falsos pássaros que aguardam sua ocasião de voo para atender aos “impulsos precisos que os dirigem pelos declives do ar à terra de sua breve vida”.