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A medida do amor, em régia proporção, é a mesma da dor ??? eis a descoberta sempre tardia do luto. Justo então será, aos que restamos, examinar a letra miúda de uma tal revelação. ???Dura quanto o amor para ser amor????, pergunta-se a narradora deste livro entre as visitas ao pai internado em um hospital e as caminhadas pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro. No percurso, mais que um entendimento sobre os extremos da vida, o que lemos é um testemunho pessoal moldado pela memória e por um agudo senso de observação.
Autora de uma obra consistente de prosa e poesia, Adriana Lisboa expõe-se pela primeira vez em um ensaio de cunho autobiográfico. Num inteligente uso de material literário, a escritora traduzida em mais de vinte países dá voz a uma Adriana em família para narrar a morte dos pais, ocorrida em um curto intervalo de tempo. Retorna, nas horas em que a ficção parece uma intrusa, ao berço da escrita, para decifrar a genealogia de sua inquietação artística. ???Os olhos dele nos meus, a mão dele na minha, e que bobagem isso de literatura.???
Enquanto procura um significado outro para as formas vivas, Todo o tempo que existe presta um tributo a quem, no tempo, já não existe. Com o estilo apurado de sempre, Lisboa compartilha a experiência de luto e encontra uma nova função para a narrativa.
Um livro incomum de uma autora rara.