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O ator. O ator num lugar entre outros dois lugares. O ator sobre uma rampa. O ator sobre uma linha reta. Dentro desta linha reta, todas as travessias do mundo. Dentro deste mundo, um mundo de travessias. É sobre o tempo. É sobre o absurdo e a maravilha de estar vivo aqui e agora. É gif. É meme. É videogame, e o jogador está preso numa mesma fase. É um país preso nas mesmas contradições. É a eterna escalada ao topo da montanha. É pau, é pedra, é o fim do caminho. E o começo do caminho uma vez mais. São sessenta travessias. Só se tem o ponto de partida e o ponto de chegada: como se preenche esse percurso? É uma metáfora para a vida. É a vida em si mesma. É este o jogo. A travessia talvez seja a grande protagonista de Sísifo. Inspirado no mito grego – do homem que carrega diariamente sua pedra morro acima para vê-la rolar ladeira abaixo e começar tudo de novo –, o texto escrito por Gregorio Duvivier e Vinicius Calderoni parte da mitologia até o caótico mundo hiperconectado dos memes e dos gifs, do Brasil das contradições, do absurdo e dos recomeços. (…)