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Delegado
da PF relata sua atuação na Amazônia combatendo crimes ambientais e políticos
corruptos
Após
dez anos à frente de superintendências em três estados da Amazônia, Alexandre
Saraiva foi parar nas manchetes dos jornais: primeiro, por liderar a operação
responsável pela maior apreensão de madeira ilegal da história do país; depois,
por apresentar ao STF uma notícia-crime contra o então ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, acusando-o de obstruir a fiscalização. Em uma atitude
insólita ??? porém coerente com a política de destruição ambiental do governo
Jair Bolsonaro ???, Salles havia questionado o trabalho policial e exigido que a
carga de 226 mil m3 fosse devolvida aos madeireiros investigados.
A resistência de Saraiva, que não
se intimidou diante das pressões políticas, resultou em sua exoneração do cargo
de superintendente regional. Ele também passou a receber mais ameaças de morte
e ainda hoje precisa lidar com uma implacável perseguição judicial.
Em Selva: Madeireiros,
garimpeiros e corruptos na Amazônia sem lei, Alexandre Saraiva com Manoela Sawitzki relatam os bastidores
de sua demissão e oferece uma radiografia da extensa e longeva cadeia de
relações escusas que sustentam o crime ambiental no país, com suas ramificações
na política, na polícia e no judiciário.
Além de detalhar como atuam as
organizações criminosas envolvidas no tráfico de madeira, no garimpo ilegal, na
grilagem, na invasão de terras indígenas e no desmatamento, o autor oferece um
panorama detalhado da questão ambiental na Amazônia. Como bem observa o
jornalista Marcos Uchôa em sua apresentação, a partir de uma narrativa digna de
um filme de ação, o livro mostra aos leitores todos os matizes do valor da
madeira, do meio ambiente e, sobretudo, da lei.