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Uma aventura épica que alia exotismo a reconstrução histórica, sensualidade a violência, universo mítico a paixões impossíveis
Flaubert escreveu Salammbô imediatamente depois do abalo estético e moral provocado por Madame Bovary (1856). Do retrato realista de uma mulher insatisfeita na província francesa no século XIX, o escritor saltou para essa aventura épica ambientada no norte da África no século III a.C. O romance cartaginês foi uma de suas principais empreitadas literárias. Para escrevê-lo, Flaubert dedicou cinco anos de sua vida, municiou-se de documentos, fez longas viagens para o Oriente Médio e leu mais de 200 obras. Tudo para reconstruir minuciosamente a antiga Cartago, inserindo no enredo personagens e episódios fictícios.
A história começa durante um banquete nos jardins da casa do general cartaginês Amílcar Barca, para celebrar o aniversário da batalha de Monte ??rice. ?? ali, durante o festim, que o mercenário líbio Mâthos avista Salammbô, filha do general e sacerdotisa de Tanit, a deusa da Lua e protetora de Cartago. Salammbô não sairá da memória do soldado, que no entanto será um dos líderes da revolta dos mercenários contra Amílcar, depois que este reconhece não ter recursos para pagar o soldo devido aos estrangeiros que lutaram sob seu comando contra os romanos.