categorias

Category:

Ruptura

Em estoque

Simulação de frete

O mundo nao se governa mais. Em toda parte, explode a revolta surda contra o empobrecimento e a impotencia da soberania popular em se fazer ouvir por aqueles que nos espoliam, que afogam nossos corpos na lama toxica enquanto voltam para casa com suas gordas comissoes e a certeza de continuar a preservar os lucros criminosos de seus acionistas. Essa revolta apenas comecou. Todos os governos que levantam podem cair com a rapidez da frustracao e do desgosto. Os unicos que se sustentam sao aqueles que nao fingem mais governar nada, mas que usam o poder simplesmente para fornecer a parcelas da populacao o gosto drogado da autorizacao da violencia contra os vulneraveis. Desde 2011, quando o primeiro corpo de trabalhador foi autoimolado na Tunisia, explodindo a sequencia de revoltas conhecida como primavera arabe contra essa mistura insuportavel de miseria e de impotencia, o mundo nunca mais voltou as suas ilusoes de curso tranquilo. Ele nao voltara mais. O mundo no qual crescemos, no qual aprendemos a desejar, a andar, circular, esse mundo acabou. O que dele sobrou e apenas uma fantasmagoria. Nao ha mais caminho de retorno, nao ha direitos a assegurar ou democracia a defender. Nossa democracia nao esta no passado, pois ela nao pode estar onde nunca existiu. Ela esta na nossa frente, como uma invencao radicalmente coletiva que surgira quando calarmos de vez a apatia que o poder quer nos impor e a qual nos vinculamos com um prazer inconfesso. Pois saibam que, contra esse desejo de fazer o mundo desabar, nos ainda veremos todas as forcas se levantarem. O fascismo sempre foi a reacao desesperada contra a forca de uma revolucao iminente no horizonte. Se ele voltou agora e porque o chao treme, e porque as fendas estao por toda parte. Oucam como treme o chao, como ha algo que quer atravessar o solo. Nao nos deixemos enganar novamente, vivemos uma contrarrevolucao preventiva que nao temera nenhum nivel necessario de violencia para nos calar, que rasgara todos os disfarces para agir mais livremente. Podemos estar perdendo agora, mas porque estamos sem armas. Perdemos a coragem de levantar nossas armas, de recusar pactos e conciliacoes que servem apenas para preservar a violencia contra nos mesmos. Como animais acostumados a paisagem estavel, preferimos acreditar que a tempestade acabara por passar. Mas a tempestade so acabara quando rasgarmos as nuvens negras que foram empurradas para cima de nossas cabecas. E precisamos de todas as formas de armas para isso. Tudo e necessario agora, desde que tenhamos a consciencia do nao retorno, desde que tenhamos o desejo de sermos ingovernaveis. O momento e mais decisivo do que alguns gostariam de acreditar. So governos fracos sao violentos. Eles tem de vigiar todos os poros, pois sabem que seu fim pode vir de qualquer lugar. Governos fortes sao magnanimos, porque vislumbram tranquilamente sua perpetuacao. O que se contrapoe a nos e fraco e desesperado. Ele caira. E hora de faze-lo cair.

Fernandes, Paula Bajer

Nove tiros em Chef Lidu

R$ 40,00

Ferraz, Maria Cristina Franco

Nietzsche – O bufão dos deuses

R$ 55,00

Michel Foucault

O enigma da revolta

R$ 65,00

Heiner Muller

A missão

R$ 44,00

Deligny, Fernand

Os vagabundos eficazes

R$ 52,00

Pelbart, Peter Pal

Ensaios do assombro

R$ 81,00

Invisivel, Comite

Aos nossos amigos

R$ 44,00