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Ao aliar estilo clássico, rigor formal e extrema consciência do momento presente, Ricardo Reis se destaca como um dos heterônimos mais fascinantes de Fernando Pessoa.
???Tão cedo passa tudo quanto passa!/ Morre tão jovem ante os deuses quanto/ Morre! Tudo é tão pouco!/ Nada se sabe, tudo se imagina/ Circunda-te de rosas, ama, bebe/ E cala. O mais é nada???, discorre Ricardo Reis na ode número 66. Marcada por referências mitológicas, concisão verbal, dicção rebuscada e disciplina estoica, sua poesia é capaz de engendrar profundas reflexões sobre a efemeridade da condição humana.
A presente edição reúne todas as odes atribuídas a um dos heterônimos mais célebres de Fernando Pessoa, produzidas entre 1914 e 1935. O volume conta com estabelecimento de texto da especialista Manuela Parreira da Silva e posfácio inédito do poeta Paulo Henriques Britto, que joga luz sobre aspectos formais e simbólicos de uma das obras mais admiráveis do século XX.