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Manoel de Barros iniciou bem jovem sua carreira. E, já no primeiro livro, Poemas concebidos sem pecado, de 1937, demonstrava completo domínio da poética modernista. Manoel recolheu as lições de nomes como Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Raul Bopp, mas foi além, trilhando um caminho próprio, evocando personagens da infância na região cuiabana, embora não num sentido estritamente localista. Há uma busca do universal na primeira poesia de Manoel de Barros. Ela está no compromisso do poeta com uma visão de mundo enraizada na percepção dos humildes, dos que vivem à sombra da sociedade – os excêntricos, os pobres, os prestadores de pequenos serviços. É o mundo visto de baixo, do rés do chão, do inusitado de uma “sabença” sem pecado, sem gramáticas prévias. Tal capacidade de poetizar o mundo por meio de um olhar oblíquo e atento a detalhes em geral despercebidos se faz igualmente presente nos poemas de temática mais urbana de Face imóvel. Em todos os poemas reunidos no presente volume há a aproximação entre os ritmos da poesia e os da prosa, característica que passou a ser uma das maiores marcas da obra deste poeta, definitivamente situado entre os grandes de nossa literatura.