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Gogol Ganguli tem nome russo, sobrenome indiano e um espirito dividido entre diferentes modos de vida. E com esses elementos, transformados por uma prosa tao delicada quanto profunda, que Jhumpa Lahiri comprova em seu primeiro romance as qualidades que lhe renderam o prestigiado premio Pulitzer por seu livro de estreia, a coletanea de contos Interprete de males. Uma das mais importantes vozes da literatura em lingua inglesa, a autora e convidada da Flip em 2014. O protagonista de O xara, Gogol, sente-se perdido entre duas culturas: a dos Estados Unidos, onde nasceu e vive, e a que veio da India e nos coracoes de seus pais, imigrantes em busca de oportunidades em territorio americano. No novo pais, sua mae logo comeca a se dar conta de que ser estrangeira e uma especie de gravidez eterna uma espera perpetua, um fardo constante, um sentimento continuo de indisposicao . Recem-chegados, ela e o marido enfrentam um primeiro e significativo obstaculo: sao obrigados a registrar o filho ainda na maternidade, antes de o nome bom o que deve ser usado na vida publica, por tradicao escolhido pela avo materna chegar por carta de Calcuta. E por essa razao que, alem do sobrenome indiano, Gogol tem de aprender a lidar com o nome de batismo que homenageia o grande escritor russo. O romance acompanha a familia Ganguli em suas constantes viagens, fisicas ou espirituais, entre tradicoes e costumes, entre a India e os Estados Unidos, entre o passado e o presente. Sao as tentativas de lidar, da infancia a maturidade, com o choque das culturas e suas consequencias na vida de uma pessoa comum na relacao com os pais, na educacao sentimental, na vida profissional que dao o tom em O xara.