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A história de uma professora de sociologia que vê seu casamento desmoronar pouco antes do início de uma pandemia global. Uma distopia com ares de fábula e manifesto.
As distâncias e os pontos de contato entre o pessoal e o coletivo, entre a narrativa individual e a histórica, ocupam o centro de O último gozo do mundo, décimo terceiro livro de Bernardo Carvalho publicado pela Companhia das Letras.
Presa de um tempo em que “a leitura do mundo tornou-se descontínua e episódica”, a protagonista desta novela parte, com o filho pequeno, numa jornada para um retiro no interior profundo do Brasil. Lá, mora um homem que passa a prever o futuro depois de ter sobrevivido ao vírus ameaçador. Entre lembranças obliteradas, encontros e desencontros e vidas até então previsíveis modificadas radicalmente, um rastro de perplexidade e de perguntas sem respostas vai sendo deixado para trás, numa narrativa enigmática, eletrizante e que se torna mais e mais perturbadora. Podemos distinguir as causas dos efeitos? Como damos sentido a uma narrativa? O que restou de humanidade num Brasil dominado pela morte? Podemos ter um projeto comum de futuro sem um relato coerente do passado?