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Nesse livro, Hal Foster interpreta a Historia da Arte como um sujeito regido pelo modelo psicanalitico lacaniano, no qual operaria o retorno do real, isto e, a alternancia de antecipacoes e reconstrucoes de eventos traumaticos. Esse mecanismo se manifestaria tanto nos movimentos neovanguardistas no contexto historico, como no proprio objeto principal da arte contemporanea o real. Para Foster, que parte de uma concepcao dialetica inspirada por sua leitura de Marx, a neovanguarda, longe de ser uma mera repeticao tal qual a proposicao de Peter Burger exposta em Teoria da Vanguarda seria uma recepcao com resistencia de algo que foi reprimido historicamente nas primeiras vanguardas. O construtivismo russo e o dada duchampiano pos anos 60 seriam, portanto, um novo ciclo nos diversos ciclos que um evento historico revolucionario acarreta. Outros exemplos seriam a teoria de Freud, seguido pela leitura de Lacan, e a de Marx, seguido por Althusser. Enquanto as vanguardas do inicio do seculo XX representaram um rompimento com as convencoes esteticas, as neovanguardas direcionaram seu questionamento para a propria instituicao da arte. Desse modo, elas representam um aprofundamento de sua versao anterior e cumprem um papel mais central na perspectiva da dimensao social da arte. Esse mecanismo em que um evento traumatico que foi reprimido retorna tambem aparece no proprio conteudo da arte contemporanea, especialmente por conta de sua obsessao em pautar suas obras em estudos antropologicos e de arquivos. A paixao da contemporaneidade pelo real seria devida, entao, a necessidade de redefinir a experiencia individual e historica em termos de trauma. A dificuldade que a sociedade contemporanea tem em representar-se para alem de si mesma estaria, assim, na origem da sua relacao com a arte.