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O ódio à democracia

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Neste breve e contundente ensaio, publicado em 2005 na Franca, Jacques Ranciere, um dos mais importantes filosofos da atualidade, conduz o leitor por um passeio pela historia da critica a democracia para situa-la no cerne politico do momento atual, procurando esclarecer o que ha de novo e revelador no sentimento antidemocratico, uma manifestacao tao antiga quanto a propria nocao de democracia. Dessa forma, Ranciere repensa o poder subversivo do ideal democratico e o que se entende por politica, para assim encontrar o carater incisivo de sua ideia.O livro ganha edicao em portugues pela Boitempo Editorial em um momento unico da politica brasileira, no contexto de um cenario eleitoral surpreendente, que sintetiza a efervescencia social dos ultimos anos, revelada com mais intensidade nas manifestacoes sociais de junho de 2013. A obra mostra-se atual tambem em relacao ao debate que vem crescendo sobre participacao e representacao popular, democracia direta e o desejo de que a politica signifique mais do que uma escolha entre oligarcas substituiveis. E justamente essa recusa da hierarquia que tem a ganhar com a leitura deste livro de Jacques Ranciere que, a luz dos classicos como da experiencia francesa e mundial, continua um trabalho sempre renovado, jamais concluso, de afiar o gume da democracia , afirma o filosofo Renato Janine Ribeiro no texto de orelha do livro.Com uma narrativa que prima pela erudicao e absoluta ausencia de afetacao, Ranciere faz uma analise oportuna sobre as contradicoes dos Estados democraticos e lanca uma critica ao sistema representativo vigente a partir de uma afirmacao polemica: Nao vivemos em democracias. Vivemos em Estados de direito oligarquicos, em um admiravel sistema que da a minoria mais forte o poder de governar sem disturbios .Nesse contexto, o odio a democracia se apresenta como o odio ao povo e seus costumes – a sociedade que busca a igualdade, o respeito as diferencas e o direito das minorias -, e nao as instituicoes que dizem encarnar o poder do povo. Um odio que, segundo Ranciere, advoga que o governo democratico e mau quando se deixa corromper pela sociedade democratica que quer que todos sejam iguais e que todas as diferencas sejam respeitadas. Em compensacao, e bom quando mobiliza os individuos apaticos da sociedade democratica para a energia da guerra em defesa dos valores da civilizacao .Os porta-vozes desse odio, defensores da ordem legitima e do direito ao poder aqueles destinados por nascimento ou eleitos por suas competencias, habitam todos os paises que se declaram Estados democraticos. Para eles, a democracia nao e uma forma de governo corrompido, mas uma crise da civilizacao que afeta a sociedade e o Estado atraves dela , diz Ranciere. O novo odio a democracia pode ser resumido entao em uma tese simples: so existe uma democracia boa, a que reprime a catastrofe da civilizacao democratica .A disputa pelo consenso esta, no entanto, em aberto. Para Ranciere, comeca pela compreensao de que a democracia nao se fundamenta em nenhuma natureza das coisas e nao e garantida por nenhuma forma institucional. Ou, como detalha Janine Ribeiro: a democracia nao e um Estado acabado, nem um estado acabado das coisas; ela vive constante e conflitiva expansao; nao se reduz ao desenho das instituicoes, ou a governabilidade, ou ao jogo dos partidos, mas e algo que vem de baixo, desdenhado desde os gregos como o empenho insolente do povo em invadir o espaco que era de seus melhores, de seus superiores .

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