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Três Madalenas. Três histórias de resistências femininas em épocas e sociedades diferentes. Três memórias. Aliás, uma sociedade sem memória é uma sociedade
sem resistência. A obra traz à superfície a luta contra os poderes instituídos, sejam eles políticos, econômicos ou religiosos. Ou os três juntos, que neste caso constituem a trindade do horror. Deus assiste ou resiste a isso tudo? ??s mulheres, sempre foi reservado o lugar de espectadoras da história, mas quem observa também cria expectativa de mudança.
Por meio das três histórias, conhecemos a companheira do Filho de Deus, outra criada no campo de concentração nazista aos pés da Cordilheira dos Andes chilena e a estudante negra da USP que luta contra o racismo e contra o golpe de 2016, outro golpe, mais um entre tantos a golpear a democracia da parte sul do continente americano. Como pano de fundo a estas vidas, estão o início do cristianismo, a ditadura de Pinochet e o Brasil preparado para eleger Jair Bolsonaro.
Três Madalenas que poderiam ser muitas mais a exigir o direito de fala, o direito à vida e à liberdade. O direito ao controle de seus próprios corpos, o direito aos direitos negados no decorrer da humanidade. Três personagens que são fruto da imaginação criativa do autor, mas que representam a biografia de muitas mulheres reais, herdeiras de memórias coletivas de resistência. Mulheres que exigem seu lugar na História!
Esse novo livro de Marcelo Pagliosa é, acima de tudo, um livro sobre o ato de resistir e de manter a memória ativa, é também parte da retentiva latino-americana do século XX que continua em disputa.