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O diário perdido de Shakespeare

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A ambição da prosa inovadora de Pedro Maciel afirma-se fora do ritmo e do compasso disto a que classificamos nas salas de aula e nos manuais como Literatura brasileira ou ocidental. Diria, pois, que o leitor está diante de atitude e de altitude poético-visionária inédita em termos tupiniquins. A prosa inspirada e utópica do autor vai levar o leitor a deslocamentos súbitos e sucessivos do eu por esferas celestes nunca dantes navegadas.

Silviano Santiago

Pedro Maciel criou um livro provocador, imprevisível, sombrio e, ao mesmo tempo, alumbrado. O autor apresenta uma visão absolutamente original sobre o mago de Stratford, o esgotador de todos os assuntos. Machado de Assis anotou que ???não se comenta Shakespeare, admira-se???. O leitor vai admirar o retrato inédito do mais importante dramaturgo de todos os tempos. Maciel escreve no futuro, num verbo que ainda não existe ou que o leitor não ousa admitir que exista. ???Tenho saudade do futuro. Um dia vou retornar ao futuro???.

O diário perdido de Shakespeare ???não foi escrito para ser lido, mas para ser ouvido???. Maciel é o surdo que capta a música inaudível do rolar das esferas, o cego que vê aquela luz além das últimas estrelas; o ser humano que transcende todas as condições físicas para criar os simulacros divinos.

Ivo Barroso

Pedro Maciel é autor dos romances A noite de um iluminado, (Iluminuras, 2016) Previsões de um cego (LeYa, 2011), Retornar com os pássaros (LeYa, 2010), Como deixei de ser Deus (Topbooks, 2009) e A Hora dos Náufragos (Bertrand Brasil, 2006).

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