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Uma vigorosa e inovadora reinterpretação da teoria política pelo feminismo.
Neste livro, a cientista política Carole Pateman mostra que os teóricos do contrato social dos séculos XVV e XVIII calaram-se sobre o contrato sexual, que estabelece o patriarcado moderno e a dominação dos homens sobre as mulheres. Como escreve Pateman, “”os homens que, supostamente, fazem o contrato original são homens brancos, e seu pacto fraterno tem três aspectos: o contrato social, o contrato sexual e o contrato da escravidão, que legitima o domínio dos brancos sobre os negros””.
As narrativas sobre o contrato sexual são rastreadas em várias frentes. Por um lado, pelo exame minucioso de alguns teóricos clássicos e contemporâneos do contrato, como Hobbes, Pufendorf, Locke, Rousseau, James Buchanan e John Rawls. Por outro, pela busca da gênese do patriarcalismo moderno, com o auxílio de autores como sir Robert Filmer, Sigmund Freud e Claude Lévi-Strauss. E também pela análise da construção mutuamente interdependente da esposa como “”dona de casa”” e do marido como “”trabalhador””, assim como da relação entre o contrato de casamento e o de trabalho. Por fim, a autora se detém ainda sobre outros contratos que envolvem a mulher: o de prostituição e o de barriga de aluguel, pesando e discutindo argumentos feministas a respeito.
O resultado é uma original e bem fundamentada reinterpretação da teoria política, que ilumina questões cruciais como liberdade e subordinação.
“”Se as mulheres garantissem seus direitos civis e políticos e se tornassem economicamente independentes no novo mundo da cooperação voluntária, elas não teriam motivos para se submeterem aos homens em troca de sua subsistência e os homens não teriam meios para se tornarem senhores sexuais das mulheres.””