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Numa de suas raras declarações públicas, o escritor Sérgio Sant’Anna afirmou: “Me dou melhor com formas mais breves. Tenho muito mais tendência à narrativa curta do que ao romance. O conto me permite experimentar mais”. Se os espantosos romances do autor estão aí para desmentir em parte tal afirmação, não se pode negar que o conto é o espaço onde Sant’Anna parece mais à vontade para jogar com as palavras. Assim, o conhecido gênero ganha novas abordagens, num registro que combina com maestria a alta e a baixa literaturas, o erudito e o pop, o sagrado e o por vezes indescritivelmente profano. Num tom cortante e desconcertante, o autor passeia por cenários familiares e aponta ao leitor as possibilidades narrativas escondidas por eles. Onde vemos esgotamento, o autor vê um campo de possibilidades, como se o mundo enxergado por ele exigisse uma radicalização da linguagem e das formas de expressão. Publicado no início dos anos 1980, O concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro arrebatou crítica e público, e colocou Sant’Anna definitivamente no mapa das letras brasileiras. Um livro que marcou o início de uma geração deliciosamente livre, e cujas influências se fazem sentir até os dias de hoje. “Sérgio Sant’Anna, inteligente demais para produzir meras historinhas, prefere mergulhar nas infinitas possibilidades da palavra escrita em busca de um mínimo de verdade. E com raro talento.” – Caio Fernando Abreu “São autores [Sérgio Sant’Anna, Rubem Fonseca e Luiz Vilela] que concorrem poderosamente para fixar a fisionomia do nosso conto moderno; eles escrevem como nunca se escreveu no Brasil; depois deles, o conto brasileiro guardará para sempre o sinal de sua passagem” – Wilson Martins