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Depois de ousar escrever a história de Cristo contada pelo próprio Jesus, Norman Mailer compôs mais uma obra polêmica: em O castelo na floresta, narra a infância e adolescência de Adolf Hitler, um dos maiores tiranos de todos os tempos. Não se trata de uma obra de história, mas de um romance baseado em fatos supostamente reais, escorado em seis páginas de impressionante bibliografia.
Mailer vasculha as origens do ditador nazista em busca de explicações para sua monstruosidade e, com esse objetivo, lança mão de um artifício literário: cria um narrador que se apresenta na primeira linha do livro como um oficial da SS nazista, mas que logo revelará sua verdadeira identidade: trata-se de um demônio de hierarquia menor que foi encarregado pelo Diabo de “cuidar” de Adolf Hitler desde sua concepção, pois ele se destina a grandes feitos malignos. Em tom levemente mordaz, esse demônio tem amplos poderes para contar a história da família Hitler e de seu mais famoso rebento, pois é capaz de penetrar em seus pensamentos, interferir em seus sonhos e possuí-los. O narrador desenrola uma história eivada de incestos que culminam com o nascimento de Adolf, e de acontecimentos aparentemente triviais de sua infância, mas que servem de subsídios para possíveis explicações da figura mais terrível da história do século XX.
Nessa reconstituição romanesca da vida familiar do menino Adolf Hitler é difícil saber o que é fato, o que é ficção. Mas como disse o prêmio Nobel J. M. Coetzee em resenha publicada no New York Review of Books, Norman Mailer nunca hesitou em “seguir o espírito e os métodos da investigação ficcional para obter acesso à verdade de nosso tempo, numa aventura que pode ser mais arriscada que a dos historiadores, mas oferece recompensas mais ricas”.
“O castelo na floresta é uma investigação eletrizante sobre a natureza do mal. […] Este inesquecível romance de um mestre da prosa reforça a crença de que nos enganamos ao atribuir a culpa de crimes hediondos a um único indivíduo, mesmo que seja o diabo. Somos todos culpados.” – Beryl Bainbridge, The Guardian