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Em seu quarto romance publicado no Brasil pela Estacao Liberdade, o premiado escritor assina um relato incandescente que nos faz refletir sobre a justica e a moral, a incoerencia do conceito pre-estabelecido sobre o crime e o poder modificador da culpa. Afeganistao, anos 1990. O jovem desempregado Rassul planeja um assassinato nos moldes daquele cometido por Raskolnikov, heroi de Dostoievski em Crime e castigo. O plano de eliminar a velha desprezivel que humilha a namorada dele, entretanto, nao sai como o previsto. Rassul acredita que o seu ato de exterminar a escoria da sociedade e exemplar, mas como fazer com que esse assassinato ganhe uma dimensao unica se ele passa despercebido? Como atingir o patamar dos homens de grandes feitos e entrar para a historia se nem o proprio autor do crime tem certeza de ter matado nana Alia? Como dar um sentido a seu crime e, mais do que isso, a sua propria vida? Em meio as bombas e misseis da guerra civil, o leitor acompanha as inquietacoes e o cotidiano do conturbado personagem, permeado por tragadas de haxixe e delirios sobre uma mulher de tchadari azul. Acossado por seu crime, Rassul sai ao encalco de um castigo que parece nao existir para ele sob essas latitudes. A narrativa evoca constantemente o romance, sempre atual, de Dostoievski, tanto na trama quanto nas questoes metafisicas abordadas na escrita despojada de Atiq Rahimi.