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“Os contos curtos, isentos de complexa estrutura formal ???porque rompem com quaisquer medidas de assujeitamento teóricoe evocam, por dentro, a fala negra silenciada ???, privilegiam a vivênciae a experiência de mulheres negras violentadas física e psiquicamente.Todavia, o que Miriam Alves traz de diferencial é a perspectiva nãoapenas de registrar, denunciar, mas também de romper, estraçalharas amarras do sistema opressivo, racista, misógino, lesbofóbico paraefetuar o refazimento das subjetividades, a partir de inaceitáveisrelações binárias malogradas às mulheres e das estruturas falocêntricasque permeiam o imaginário social brasileiro. No caminho vivencial das mulheres negras que tomam lugarcomo sujeitas ??? voz-ação ???, não há espaço apenas para palavra solta, em descrição ou representação do narrado. Ela (a palavra) semprevem como intervenção, com compromisso, guardiã de um corponegro à deriva, fazendo-se inteira, arredia, destemida, insolente e mordaz.” – Assunção de Maria Sousa e Silva