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O médico Theodor Busbeck anda empenhado em descobrir se o horror está aumentando ou diminuindo ao longo da História. Ele pretende traçar um gráfico para prever novos massacres. Mylia, sua ex-mulher, tem a capacidade de ver a alma e sofre de uma dor lancinante no ventre. Acabou internada num hospício pelo próprio marido, e ali se relaciona com o interno Ernst. Gomperz, diretor do hospício, mantém uma amizade ambígua com Theodor e desperta cada vez mais ódio em seus pacientes. Kaas tem as pernas magras e problemas de dicção. Hanna é uma prostituta que vive com Hinnerk, um ex-combatente que atemoriza as crianças do bairro. Tratando de relações de dominação, desejo, repulsa e agressividade, Jerusalém costura a vida desses personagens em direção a um desenlace violento e inesperado. Ocupados em compreender e lidar com os limites da sanidade, todos se sentem acossados por um perigo sem nome. Num estilo seco e desconcertante, Jerusalém aponta para as dimensões pessoais e coletivas do terror e expõe a capacidade humana de vigiar, oprimir e torturar – às vezes em dimensões hiperbólicas. O livro faz parte da tetralogia O Reino, que inclui Um homem: Klaus Klump, Aprender a rezar na Era da Técnica e A máquina de Joseph Walser. Recebeu três dos prêmios mais importantes da literatura em língua portuguesa: o Ler/Millenium 2004, o José Saramago 2005 e o Portugal Telecom 2007. Um grande livro, que pertence à grande literatura ocidental. Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos: dá vontade de lhe bater! – José Saramago Quem abre Jerusalém não esquece. Por mais terrível que seja o que aqui é narrado, não é menor o entusiasmo que este romance produz. – Bernardo Carvalho