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Em Fantina , de F. C. Duarte Badaro, Frederico, malandro e sensual, conquista a viuva dona Luzia por puro interesse. Depois do casamento, estabelece-se uma situacao tipica das fazendas escravistas do seculo XIX: senhor da casa, o aventureiro inescrupuloso quer tambem exercer seu direito de posse sexual sobre as escravas.A figura desse malandro urbano, tocador de viola, adentra o universo da fazenda e em meio a vividas descricoes de saraus regados a violao e modinhas na casa-grande, e de batuques de escravos nos terreiros desencadeia o drama de Fantina, jovem e bela escrava de dona Luzia.O romance Fantina , publicado pela primeira vez em 1881, nao apenas retrata usos e costumes do passado. Diz muito sobre o Brasil atual, em que diversas questoes civilizatorias colocadas pela luta contra a escravidao estao novamente em pauta, em pleno seculo XXI. No posfacio a esta edicao, o historiador Sidney Chalhoub (Harvard/Unicamp), analisa o papel fundamental que a literatura desempenhou no movimento abolicionista brasileiro. Compara Fantina a outros romances da epoca, como Escrava Isaura , Ursula e A cabana do pai Tomas , e mostra a naturalizacao do abuso sexual dos senhores sobre suas escravas, para o qual a lei nao previa nenhuma punicao. Afirma Chalhoub: Entao e agora, mentes e corpos de mulheres negras movem estruturas e despertam reacoes contrarias violentas. Ao mesmo tempo, exigem de todos nos a ousadia de imaginar e realizar um outro futuro em liberdade .