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Ausência, saudade, distância, vazio existencial, esperança e visões da desigualdade social estão entre as paisagens sentimentais do viajante-poeta mineiro Lucas Guimaraens em seu novo título Exílio – o lago das incertezas, publicado originalmente na França, em junho de 2017, em edição bilíngue francês-português, pelo selo L’Harmattan. Quarto livro do escritor, Exílio nasceu de suas observações e inquietações desde a época em que morou na França, onde estudou direito e filosofia na Universidade Paris 8 e Paris X, até os dias atuais. Com apresentação assinada pelo conterrâneo Edimilson de Almeida Pereira, o livro se compõe de 27 poemas escandidos agrupados em cinco seções, cada uma delas inaugurada por um poema em prosa. Esses poemas iniciais – que podem se assemelhar ora a contos, ora a crônicas – estabelecem os pilares de toda a obra: dão o tom da linguagem escolhida (do coloquial ao que poderia ser classificado de neossurrealismo) e marcam o cotidiano (dar voz às vozes, como Michel Foucault já prenunciava) e a sensação de inquietude própria do século XXI (temáticas recorrentes da chamada geração 00) que são retratados nos demais poemas de cada parte.