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O novo livro de poemas de Fabrício Corsaletti, Esquimó, reúne poemas escritos entre 2006 e 2009. Aos trinta anos de idade, Corsaletti é indiscutivelmente uma das mais importantes vozes poéticas contemporâneas do Brasil. Esquimó confirma a qualidade e o vigor dessa poesia tão vibrante quanto delicada – uma poesia que consegue ser ao mesmo tempo desaforada e muito suave. São sessenta poemas – alguns bem curtos – que se articulam e conversam entre si, de modo a não prescindir uns dos outros. Essa articulação – sintática, rítmica e de sentido – imprime um movimento muito especial à leitura, já que a sucessão dos poemas introduz ressonâncias que promovem uma espécie de releitura, na memória, dos poemas já lidos; releitura retrospectiva que cria, por sua vez, uma acuidade especial para os poemas que ainda vêm. Dois tons se conjugam em Esquimó (duas vertentes que o poeta chama, brincando, de “poemas vazios” e “poemas bizarros-humorísticos”), dispostos de forma a reforçar esse jogo que tonifica os poemas e sua leitura. Paralelamente a eles, numa espécie de baixo contínuo, estão (claro, é Corsaletti) os poemas de amor. Leitura engajadora, a que o leitor se rende com surpresa e envolvimento crescentes.