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Enervadas

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A escritora Chrysantheme (1870-1948), pseudonimo de Maria Cecilia Bandeira de Melo Vasconcelos, e uma das preciosidades mais bem guardadas da literatura brasileira. Um dos nomes da escrita de mulheres no inicio do seculo XX, e pioneira das causas feministas, a autora publicou mais de vinte livros, e ao que se sabe nenhum deles foi reeditado. Enervadas e um romance de 1922 que contem passagens de criticas veementes contra a submissao e os limites a liberdade reservados as mulheres, alem de ser uma divertida cronica sobre as classes abastadas do Rio de Janeiro na Republica Velha. Moderna e dona de um temperamento inimigo da fixidez e da banalidade , a protagonista Lucia e taxativa em seu retrato dos papeis de genero de sua epoca. Comenta a proposito das leis de separacoes de casais: Ao homem, tudo e perdoado, explicado, permitido; a criatura do sexo feminino, uma vez infeliz na escolha do companheiro da existencia, tem diante de si o isolamento, a tristeza, a calunia, a maldicao As nossas leis esquecem o progresso do mundo e o novo papel da mulher na sociedade e no universo, papel em que ela se mostrou mais corajosa, mais inteligente e mais util do que os homens. Vale lembrar que o voto feminino so seria adotado parcialmente no Brasil em 1932. E com esse espirito rebelde que Lucia recebe, no primeiro capitulo do livro, o diagnostico medico de que e uma enervada , categoria em que a ciencia da epoca reunia uma ampla gama de mulheres insatisfeitas. O plural do titulo se refere tambem as amigas de Lucia, que considera suas semelhantes. A protagonista, no entanto, questiona o diagnostico: ser enervada significaria apenas ter desejo de beijar esse medico, a quem confessa seus gostos, sonhos e temperamentos ? Certamente que nao , diz ela. Isso e ser-se humano e mais nada. O romance recua, em forma de diario, a vida amorosa da protagonista curiosa e sexualmente livre. Atraida pelos dotes de dancarino de um funcionario do Ministerio do Exterior, casa-se com ele, mas logo se entedia e, ao ver-se explorada, segue-se a inevitavel separacao. Ao longo da narrativa, sucedem-se flertes e romances, entremeados por uma vida social intensa e algum consumo de morfina. Lucia compartilha duvidas e insatisfacoes com amigas fieis: Maria Helena, lesbica; Laura, namoradeira em serie; Magdalena, cocainomana; e Margarida, satisfeita mae de muitos filhos. O romance se encaminha para uma conclusao talvez desconcertante frente as expectativas criadas pela primeira metade da narrativa. Chrysanteme e hoje uma escritora quase esquecida. O original usado para a edicao da CARAMBAIA foi encontrado no Real Gabinete Portugues de Leitura, no Rio ate o exemplar catalogado na Biblioteca Nacional esta desaparecido. A autora e uma representante daquilo que Beatriz Resende professora titular de Literatura Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autora do posfacio qualifica de literatura art-deco, um filao obscurecido pelo modernismo. Nao teriam sido o estilo algo convencional e antiquado os motivos desse ostracismo, mas, nas palavras de Beatriz Resende, todo um conservadorismo em torno dos costumes que dominou sobretudo o literariamente ousado e sexualmente casto modernismo, em especial o paulista . Em sua epoca, no entanto, Chrysanteme foi uma figura publica, em especial por suas cronicas na imprensa. Seu pioneirismo na escrita de mulheres no Brasil foi precedido pela mae, Emilia Moncorvo Bandeira de Melo, que assumiu, em O Paiz, sob o pseudonimo de Carmen Dolores, a coluna de cronicas de Machado de Assis. O pseudonimo Chrysantheme, que as vezes se apresentava como Madame Chrysanteme, veio do popular romance homonimo do frances Pierre Loti, que ironicamente descrevia o amor de uma submissa gueixa. Entre seus livros esta A infante Carlota Joaquina (1937), no qual procura contestar o retrato tradicional da rainha luso-brasileira como uma megera. Casou-se aos 19 anos, teve um filho e enviuvou aos 38, em 1907, quando, inspirada pela mae, deu impulso a sua carreira literaria. A edicao da CARAMBAIA tem projeto grafico e ilustracoes de Luciana Facchini e Pedro Alencar, com enfase em flores, presenca constante na narrativa e no proprio pseudonimo da escritora. Linhas retas ou irregulares formam nervuras que aludem a suposta doenca da protagonista e a instabilidade do papel das mulheres nas primeiras decadas do seculo XX.

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