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De todos os livros que Manoel publicou, este é o mais abertamente inspirado na linguagem libertária e transformadora do universo infantil ??? o que faz leitores e leitoras de todas as idades encontrarem o eco de seus sentimentos mais profundos em seus versos. Daí vem sua força e sua singular capacidade de inspirar e emocionar.
A infância, para Manoel de Barros, funciona como uma espécie de lente pela qual ele reorganiza o mundo. Não à toa, as crianças permeiam todo este Compêndio para uso dos pássaros, a começar pelos próprios filhos do poeta, saudados nos primeiros dos treze poemas do livro: o primeiro é inspirado nos ???poeminhas pescados??? na fala de João, seu primogênito; o segundo, ???A menina avoada???, é dedicado à filha Martha; e o terceiro, ???O menino e o córrego???, ao caçula Pedro.
Na brincadeira com as palavras e seus múltiplos sentidos, o poeta nos sensibiliza para o mundo natural, do qual muitas vezes nos desconectamos. Esta sua narrativa tão singular tem o poder de ressignificar a realidade, subvertendo assim a racionalidade e a lógica da civilização ocidental.
Em uma entrevista que deu na época do lançamento do livro, conta que resolveu escrever este Compêndio inspirado nas palavras de Paul Klee ??? que em suas ???Anotações estéticas??? narra a alegria que sentiu quando conseguiu readquirir os traços da inocência ??? e nas falas do filho João: ???Por essas coisas [???] me animei a compor uns poemas e sintaxes tortas à moda dos meninos???.
Esta edição ainda traz fotos e documentos do acervo pessoal do autor, e prefácio da poeta, jornalista e tradutora Stephanie Borges.