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Os afetos, os laços ??? feitos, desfeitos e os jamais construídos ???, assim como a vida, a morte e a sobrevida em condições precárias e absurdamente naturalizadas, são motivos para estes contos, narrados ora em primeira, ora em terceira pessoa, ambientados em espaços que podem variar da intimidade de simpáticas casas da classe média baixa aos lamaçais de crimes ambientais escandalosos, onde as violências, micro e macro, mostram a cara o tempo todo. Há variação também nos níveis de frieza e lirismo com que uma morte e um amor, por humanos ou animais, podem ser narrados. Ana Elisa Ribeiro compõe cenas que fascinam tanto quanto enojam e surpreende o leitor com viradas comoventes ou aterradoras.
“Temos aqui uma seleção de contos que tratam dos vulcões domésticos e sociais, dos desastres naturais e construídos, na miniatura do cotidiano. Nada é o espetáculo das explosões, mas a faísca dos fósforos que iluminam a sala ou iniciam o incêndio.”
Andrea Del Fuego
“Despojadas de ornamento, são narrativas calcadas no cotidiano, mas, no tensionamento que transforma o ordinário em extraordinário, atravessam o maravilhoso e o grotesco das vidas comuns. Nesses circuitos de relações, com imagens tão vívidas que nos remetem diretamente ao cinema, a autora consegue o farfalhar de uma música contínua e interior.”
Carlos Henrique Schroeder
???A voz de Ana Elisa Ribeiro é uma potência literária e centrífuga desde o início do século. Ativista do feminismo irônico e da crítica cítrica, cronista do humor e das dores líricas, construiu sua ficção breve deste amálgama: o tempo em que vivemos. Suas narrativas são fluidas, deslizam, e algumas têm uma aura de Fabián Casas.???
Joca Reiners Terron