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Os textos aqui reunidos se desdobram entre os anos de 1982 e 2004 e são de natureza diversa: ensaios, críticas, prefácios, manifestos, recordações e devaneios. Curtos, médios ou longos, todos atestam o talento único de Atwood, que começou a escrever aos seis anos, se profissionalizou aos dezesseis e, agora, em sua oitava década de vida, continua ativa, atenta, engajada e mordaz.
Mestre em Literatura por Harvard, ela não chegou a completar o doutorado pela universidade. Nem precisou, pois foi homenageada com títulos honoris causa por mais de vinte instituições da América e da Europa, sendo reconhecida há muito como a figura mais importante da cultura canadense graças a sua invulgar clareza de pensamento e seu sutil senso de humor que lhe permitem desmascarar as mais diversas imposturas sem perder a elegância de estilo e a profundidade das suas observações, fundamentadas em sólida bagagem clássica contrabalançada pela sintonia com a cultura de massa. Margaret Atwood é capaz de passar por temas como as questões ecológicas e feministas até os desafios e impasses da política com a mesma desenvoltura com que trata dos meandros literários.
Além de evocar suas influências, como George Orwell e Virginia Woolf,
Alvos em movimento revela o método de escrita de Atwood em alguns dos seus best-sellers, como
O conto da aia, e analisa a obra de grandes nomes da literatura universal, como Gabriel García Márquez, Italo Calvino, Toni Morrison, Ursula K. Le Guin, Elmore Leonard e John Updike. Um amplo e fascinante mosaico que nos ajuda a compreender o mundo em que vivemos, de muitas formas “uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem sentido algum”.