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O novo livro da ativista politica Angela Davis reune uma ampla selecao de seus artigos, discursos e entrevistas recentes realizados em diferentes paises entre 2013 e 2015, organizados pelo militante dos direitos humanos Frank Barat. Os textos trazem reflexoes sobre como as lutas historicas do movimento negro e do feminismo negro nos Estados Unidos e a luta contra o apartheid na Africa do Sul se relacionam com os movimentos atuais pelo abolicionismo prisional e com a luta anticolonial na Palestina. Alem de sua reconhecida atuacao politica no combate ao racismo, Davis denuncia tambem o sexismo, demonstrando de forma muito objetiva a relacao entre a violencia contra a mulher e a violencia do Estado.De acordo com a autora, nao ha possibilidade de se combater a violencia sem desmontar as estruturas do sistema capitalista. Ao afirmar que, quando as mulheres negras se movem, toda a estrutura politica e social se movimenta na sociedade , Davis sintetiza a importancia fundamental do movimento das mulheres negras na desestruturacao e desestabilizacao das rigidas e consolidadas relacoes desiguais de poder na sociedade, representadas pela dinamica de violencia, supremacia branca, patriarcado, poder do Estado, mercados capitalistas e politicas imperiais.A liberdade e uma luta constante permite ao leitor acompanhar a saga dessa persistente e ousada ativista contra as diversas formas de submissao humana e tem um significado especial neste momento critico da sociedade brasileira, que vive certo sentimento de desesperanca e impotencia ao perceber quao distante se esta de uma mudanca estrutural na politica e de transformacoes efetivas na condicao de vida da maioria. A leitura desta obra nos recoloca em um espaco proprio, o da resistencia, o de nunca desistir da luta que deve ser empreendida. Reencontrar o pensamento, as acoes, o comprometimento de Angela Davis com as lutas que ultrapassam as questoes vividas em solo nacional nos ensina tambem a pensar a nossa luta em relacao a todos os condenados da terra , como escreveu Frantz Fanon. , afirma Conceicao Evaristo no texto de orelha.Diante das injusticas globais, Angela Davis inspira o leitor a imaginar e construir um movimento de libertacao de todos os seres humanos.