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A precariedade da arte surge de uma premissa básica: a arte não é óbvia. Sua potência nasce da lealdade cambiante que estabelece com a ???verdade??? do mundo. Seja qual for o modelo de compreensão que imputamos sobre a produção artística desde o pós-guerra, a arte não nos apresenta garantias de compreensão dos fenômenos sociais, culturais e políticos. Este é um livro que nos apresenta a capacidade de artistas assumirem, conscientemente ou não, a precariedade como força poética, como componente interno das obras e como fato disruptivo que afasta qualquer entendimento satisfatório. Sim, a arte de Lygia Clark, Anna Bella Geiger, Leila Danziger, Rosana Paulino, Paulo Nazareth, Mathieu Pernot, Fernando Bryce, entre outros artistas abordados no livro, não satisfaz as boas consciências críticas de sua contemporaneidade. Antes, juntas ou individualmente, os trabalhos desses artistas apresentam a fragilidade do fazer artístico como sintoma da própria fragilidade do estar-no-mundo, pensando sobre ele, agindo diante de suas adversidades.